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Varejo deve focar na análise de oportunidades

04/09/2014

Pelo menos uma certeza existe para o setor produtivo. É preciso planejar os próximos passos dos investimentos, tendo como alvo as festas de fim de ano. Os resultados do desempenho da produção interna mostram que a economia continuará andando de lado. Pode haver uma recuperação nos indicadores de negócio nos próximos dias, mas nada tão significativo. Os comerciantes serão cobrados a aprimorar as estratégias de vendas.

 

"Neste ano, a conjuntura econômica não deve ser grande aliada do varejista, como foi em outros natais, quando os impactos vieram do processo de inclusão de 40 milhões de novos consumidores, com demanda reprimida, que garantiu resultados históricos para o comércio", avalia Silvânia Araújo, professora e integrante da diretoria do Conselho Regional de Economistas de Minas Gerais (Corecon-MG). Para ela, o clima econômico exige atitude do varejo.

 

Segmentos do comércio, como os de eletroeletrônicos, equipamentos de informática e automóveis, devem sentir o impacto da retração e das expectativas mais modestas dos consumidores. A única certeza que permanece é de que produtos de alto luxo terão vendas crescentes. A Mercedes-Benz prevê que a comercialização de automóveis do segmento terão alta de 30% neste ano.

 

Os indicadores que medem as expectativas refletem o aumento da desconfiança de consumidores e dos segmentos empresariais. Os levantamentos divulgados no final de agosto mostram índices cada vez mais no limite entre otimismo e pessimismo. O Índice de Confiança do Consumidor, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), por exemplo, alcançou o pior nível desde abril de 2009, com o Índice de Expectativas batendo em 100,1 pontos. No cenário de agosto, até mesmo o setor de serviços sentiu a queda das expectativas em relação à demanda.

 

Os levantamentos da FGV confirmam o pessimismo crescente no setor industrial. O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), da Confederação Nacional do Comércio (CNC), registrou em agosto uma pequena reversão das expectativas. Pela primeira vez, em nove meses, o levantamento mostrou empresários um pouco mais animados com as perspectivas futuras. Mas, para a entidade, os sinais não podem ser interpretados como uma retomada do nível de confiança. Há apenas uma melhoria nos níveis de expectativas.

 

Relatório sobre as perspectivas, elaborado pela equipe econômica do Bradesco, avalia que "os elevados ganhos salariais vão manter o crescimento do consumo das famílias". A melhora da mobilidade social acumulada nos últimos anos também sustenta a demanda das famílias por bens e serviços. "O volume de vendas do comércio varejista, incluindo automóveis, motos, autopeças e material de construção, terá variação positiva de 3,3% em 2014 e de 3,5% em 2015. Os setores do comércio varejista com maior crescimento neste ano serão de artigos farmacêuticos e médicos, perfumaria e cosméticos, móveis e eletrodomésticos".

 

Fonte: Diário do Comércio

Carlos Plácido Teixeira

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